9 de setembro de 2009

Triste, não?

Nós, seres humanos, somos tristes, na generalidade e tudo por causa de conseguirmos distinguir as demasiadas sensações que existem. Se só soubéssemos sentir o amor, a ternura, enfim, essas coisinhas todas boas que nós, de vez em quando, lá sentimos…aí, sim, conseguíamos ser constantemente felizes [digo eu!]. Mas, todavia, como alguém sempre disse, “a vida não é um mar de rosas” e, nós, por mais aluados que às vezes possamos estar, sabemos que as rosas, por mais belas que possam parecer ao primeiro alcance da vista, têm sempre, pelo menos, um pico que nos fere, que faz com que achemos que elas não sejam tão bonitas como elas realmente parecem mas, na verdade, a primeira aparência, quase sempre, engana e fere. Isto tudo para chegar à conclusão de que, apesar de sentirmos aquelas coisinhas todas boas que acima referi, também somos capazes de sentir o ódio, a raiva, a desilusão, enfim, a tristeza no geral. E é o saber distinguir as sensações boas das más que o mundo à nossa volta nos provoca, que nunca conseguimos estar realmente satisfeitos com o que temos e com o que sentimos. E o que eu sinceramente acho mais estúpido e inexplicável, é que demoramos sempre mais tempo a matutar e a “digerir” as coisinhas más que sentimos do que propriamente as boas. Claro que depois vai de pessoa para pessoa mas, no geral, é assim. Enquanto que os sentimentos bons são tipo um êxtase ao principio e depois vão tendo menos importância ao longo do tempo, os maus, são como uma pedra que nos cai em cima da cabeça e nós ainda demoramos um bom tempo a conseguir tira-la de lá (tendo, também, em conta o peso da pedra) e, depois, quando nos conseguimos livrar finalmente dela, ficamos sempre com uma cicatriz interior para o resto da vida. Triste, não? Outra coisa, é sermos inteligentes o suficiente para percebermos que o mundo a nossa volta está a deteriorar-se, que a crise mundial está a dar-nos cabo da vida, que há cada vez mais pobreza e casos de violência, enfim. No final de contas, tudo nos afecta. E, a verdade é que podemos não ficar em êxtase por uma celebridade mundialmente conhecida dar vida a uma criança, mas ficamos devastados se a mesma morre. Falando de celebridades no aspecto em que nunca as conhecemos, a não ser através de entrevistas e coisas desse género. E repito: Triste, não?