19 de julho de 2009

O amor e a ilusão

Muitas vezes, no amor, somos pisados, rebaixados, iludidos. Nós próprios criamos uma ilusão (um pouco estupida) a partir de tudo o que nos dizem, dos poucos gestos que nos demonstram e, depois, vamos sonhando num futuro em comum, lindo, perfeito, eterno. E, pouco depois, caímos. Caímos sempre, mais tarde ou mais cedo. O problema está, na minha opinião, na fantasia, no sonhar, na ilusão. O amor cega, é verdade. E, o mais importante, o amor trás esperança. Ficamos sempre com a esperança de que tudo vai correr bem, pensamos “desta vez é que vai ser”, “encontrei a pessoa que me faz realmente feliz”. E, mesmo quando tudo está mal, continuamos com a esperança de que tudo, um dia, possa ficar bem, que todos os erros cometidos possam ser emendados, que todas as desavenças possam desaparecer. Mas, a maioria das vezes, não é isso que acontece por, simplesmente, nem tudo ser um conto de fadas. É, exactamente, por tanto darmos asas à esperança que criamos as ilusões e, depois, quando acordamos para a realidade (que acordamos sempre!), vamos mesmo com a cabeça contra a parede. Já amei poucas vezes, já sofri muitas, exactamente por me deixar iludir, por não querer ver as coisas como elas realmente são, por preferir andar a sonhar, nas nuvens, por sempre ter esperança que as coisas pudessem melhorar. Hoje, não me arrependo de nada. Não me arrependo de todo o amor que já dei e que pouco, por vezes, recebi em troca. E, por muito mal que me possam ter feito, não guardo rancor porque se não resultou foi, talvez, porque não estava destinado.

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