2 de março de 2009

Das duas, uma...

Tudo o que faça, tenho-te sempre em mim. Porquê? Se não quero. O (não) querer devia bastar mas, por azar, não basta. Antes bastasse, porque se assim o fosse, tudo seria mais facil, tudo faria mais sentido. Afinal, que sentido tem? Querer quem não se quer? Sentido nenhum. Mas quem disse que a existência do sentido era assim tão essencial? Ninguém. Porque, simplesmente, não o é. Na realidade, nada faz sentido, nada tem sentido mas não é por isso que as coisas param de acontecer, de existir. Não é por não terem sentido. Faz sentido vivermos? Não. Mas, no entanto, não é por isso que paramos de viver. ''Ainda tens de me dizer por que é que ainda não partiste...'' - Por amor, não o é, de certeza. Então porquê? Explica-me, que eu não percebo. Mas como é que eu posso perceber se nem tu consegues fazer-me perceber pois nem tu próprio, tão pouco, percebes!? Não percebes ou não queres perceber. Das duas, uma. Ou se ama, ou não se ama. Ou se gosta, ou não se gosta. Das duas, uma. Não existe meio termos. Por isso, tens de perceber. Preciso que percebas. Necessito. Chego a achar que tens medo, receio, de me dar a chave do teu coração, de me deixares lá entrar, habitar, e ser dona dele. Eu não faço estragos, prometo. Prometo que tomo bem conta dele e de ti, também. Mas do que vale as promessas se nem sequer oportunidades existem para ir com elas até ao fim? Vou matar, pouco a pouco, todo este desejo de te ter e vou alcançar, pouco a pouco, toda a felicidade que roubaste de dentro de mim. E, assim, sem ti...hei-de ser feliz. Secalhar não hoje, nem amanhã...mas um dia. Quero-te arrancar de dentro de mim, quero-te fora de mim, bem longe...longe deste coração onde já habitas à mais de tempo suficiente, coração este que já feriste, magoaste, partiste vezes sem conta, este coração a que já tou farta de tentar colar os pedaçinhos partidos como se tivesse a tentar montar um puzzle cujas peças são todas idênticas. Puzzle impossível. Dor impossivel, quase, também, de suportar, de esquecer, de ultrapassar.
"O tempo pára, mas logo foge. Estás tão perto e tão longe! (...) Não me vês, não me ouves. Se ao menos sonhasses..."
[texto já tem um tempo.]

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